COP26 vê impasse em financiamento do clima à custa de países pobres

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Yves Herman/Reuters

Nações desenvolvidas se concentram em canalizar o financiamento para o corte de emissões.

Governos pressionarão hoje (8) para se chegar a um acordo sobre como ajudar países vulneráveis a lidarem com o aquecimento global e compensá-los pelos danos já feitos, um teste que mostrará se nações desenvolvidas e ricas podem acabar com um impasse sobre os fundos para o financiamento do clima.

No início da segunda e última semana da conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas) em Glasgow, ministros tratarão de detalhes práticos para tentar honrar os compromissos de pagar por perdas e danos ligados ao clima depois de uma década de desentendimentos e abordarão a melhor forma de ajudar os países a se adaptarem aos efeitos da mudança climática.

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O ministro das Relações Exteriores de Tuvalu, Simon Kofe, ofereceu uma demonstração explícita de como a elevação do nível dos mares afeta sua pequena ilha-nação ao enviar seu discurso gravado à conferência vestindo terno e gravata com água do mar até os joelhos.

“O comunicado justapõe o cenário da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021) às situações da vida real enfrentadas em Tuvalu devido aos impactos da mudança climática e da elevação do nível dos mares”, disse Kofe.

O Reino Unido, que sedia a COP26, tentou ditar o ritmo anunciando £ 290 milhões em novos financiamentos, incluindo apoio a países da Ásia Pacífico, para lidar com as consequências do aquecimento global.

O país que é o anfitrião da conferência disse que o dinheiro é um acréscimo aos “bilhões de financiamento internacional adicional” já assumidos por países ricos como Dinamarca, Japão e Estados Unidos para a adaptação e resistência em países vulneráveis, muitos dos quais vivenciam os piores efeitos da mudança climática.

“Precisamos agir agora para impedir que a mudança climática empurre mais pessoas para a pobreza. Sabemos que os impactos climáticos afetam desproporcionalmente aqueles que já são mais vulneráveis”, disse Anne-Marie Trevelyan, indicada pelo governo britânico para se concentrar na adaptação e resistência.

Enquanto países em desenvolvimento querem mais dinheiro que os ajude a se adaptar a temperaturas mais elevadas, que causam secas, inundações e incêndios florestais mais frequentes, nações desenvolvidas se concentram em canalizar o financiamento para o corte de emissões.

O custo de ambas as medidas é enorme. Acredita-se que o valor econômico das perdas e danos sofridos até 2030 ficará entre US$ 400 bilhões e US$ 580 bilhões por ano em países em desenvolvimento, disse a Fundação Heinrich Boll citando estudos acadêmicos. (Com Reuters)

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