Empresas de tecnologia correm para desenvolver o “metaverso”

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Carlos Barria/Reuters

Após Facebook sinalizar foco no metaverso, outras empresas de tecnologia também se posicionam para desenvolver o conceito

O Facebook mudou seu nome na semana passada para Meta Platforms para sinalizar seu foco no chamado “metaverso“, um ambiente de interação virtual com recursos de realidade virtual e aumentada, que acredita ser o sucessor da internet atual.

Mas bem antes da apresentação da nova estratégia anunciada pelo presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, dezenas de empresas já estavam criando software e hardware que serão usados para ativar este metaverso no futuro.

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O conceito, que pode levar mais de uma década para ser totalmente realizado, exigirá cooperação entre gigantes da tecnologia. Em junho, a empresa de investimento Roundhill Investments criou um ETF (fundo negociado em bolsa) para rastrear e lucrar com o trabalho dos facilitadores do metaverso.

A plataforma de videogame Roblox Corporation, que se tornou pública este ano, prevê o metaverso como um lugar onde “as pessoas podem se reunir em milhões de experiências 3D para aprender, trabalhar, jogar, criar e socializar”. A Roblox tem como objetivo fornecer aos usuários e desenvolvedores maneiras de criar mundos digitais.

O presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, disse que a empresa está trabalhando para construir um “metaverso empresarial” à medida que os mundos digital e físico convergem em suas ofertas. Enquanto isso, o responsável pela plataforma de videogames da Microsoft, Xbox, Phil Spencer, falou sobre o planejamento de “um metaverso ou construção de realidade mista”.

O Facebook, que começará a operar como Meta Platforms em 1º de dezembro, disse que quer ser visto como uma empresa de metaverso, em vez de uma companhia de mídia social. O grupo tem cerca de 3 bilhões de usuários e está investindo em realidade aumentada e virtual. A empresa também está construindo seu ambiente de realidade virtual Horizon.

A fabricante de chips Nvidia construiu sua plataforma Omniverse para conectar mundos 3D em um universo virtual compartilhado. A empresa diz que o Omniverse, que é usado para projetos como a criação de simulações de edifícios e fábricas do mundo real, é a base sobre a qual os metaversos podem ser construídos.

Este ano, a controladora do Snapchat, Snap, mostrou seus primeiros óculos de realidade aumentada.

Enquanto isso, a gigante de tecnologia chinesa Tencent registrou muitas patentes relacionadas ao metaverso de seu site social QQ, de acordo com o South China Morning Post.

A Epic Games é a empresa por trás do fenômeno dos videogames Fortnite. A Epic também possui um importante sistema de desenvolvimento de jogos, o Unreal, usado para criação de videogames e outros efeitos visuais, como cenários de programas de TV. O presidente-executivo da Epic, Tim Sweeney, tem defendido que o metaverso precisará ser um espaço comum participativo.

A Amazon.com, que é o maior fornecedor de serviços de computação em nuvem do mundo e tem várias ofertas de mídia, também é vista como uma potencial nova empresa que disputará espaço no mercado de metaversos.

PIONEIROS DO METAVERSO

Os primeiros a adotar os universos virtuais conhecidos como metaverso criticaram a reformulação da marca do Facebook como uma tentativa de capitalizar o burburinho crescente sobre um conceito que ele não criou.

“Eles estão essencialmente tentando criar o que muitos de nós construímos há anos, e reformulá-lo como seu”, disse Ryan Kappel, um americano que por mais de dois anos organizou encontros em diferentes metaversos.

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“Acho que o Facebook fez essa mudança de nome para garantir registro legal da nova marca o mais rápido possível, à medida que mais companhias se interessam”, disse um investidor de criptografia do Reino Unido conhecido como Pranksy.

Artur Sychov, que fundou o metaverso Somnium Space em 2017, disse que o anúncio do presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, sobre a reformulação da marca tentou “inserir a narrativa de que o metaverso que está acontecendo agora”.

Dave Carr, líder de comunicações da organização que administra o mundo virtual Decentraland, disse que a mudança do Facebook pode encontrar resistência de usuários do metaverso que desconfiam de seu controle sobre o conteúdo.

Muitas plataformas metaversas são baseadas na tecnologia blockchain, que torna um controle central impossível. Nesses mundos virtuais, as pessoas usam criptomoedas para comprar terras e outros objetos digitais na forma de tokens não fungíveis (NFTs).

Mas a reação dos primeiros adeptos do metaverso não foi totalmente negativa. Alguns disseram que a entrada do Facebook pode aumentar o interesse no conceito em geral, atrair mais usuários e apoiar o desenvolvimento de vários mundos virtuais.

Tristan Littlefield, cofundador da nft42 e usuário do metaverso desde 2018, disse que sua primeira reação ao anúncio do Facebook foi negativa, mas “ter um gigante como o Facebook entrando e despejando bilhões de dólares … pode ser positivo” por causa das novas pessoas que isso traria para o espaço. (Com Reuters)

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