Os títulos governamentais globais com vencimento no curto prazo davam sequência a uma liquidação hoje (28), com os rendimentos das dívidas de dois anos a caminho de seu maior salto em anos, assustando investidores e levantando preocupações sobre o impacto dessas grandes movimentações sobre carteiras alavancadas.
Operadores observaram que um aumento recente do rendimento dos títulos australianos representou a maior variação de três dias desde 1996, enquanto o salto do juro da dívida canadense foi o maior desde 2009.
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Os movimentos repercutiram ainda nos mercados de títulos dos Estados Unidos, de grande liquidez, com os yields dos Treasuries de dois anos registrando seu maior avanço de dois dias desde a liquidação causada pela pandemia em março de 2020. A taxa do bund alemão de dois anos foi a um pico em 15 meses.
“O que está acontecendo agora vai além de macro, é um choque de Value at Risk (VaR) puro e simples impulsionado pelo posicionamento e pela incapacidade de calibrar adequadamente as funções de reação de bancos centrais num ambiente tão incerto”, disse George Saravelos, estrategista do Deutsche Bank, em nota a clientes.
“Value at Risk” é um método para avaliar o risco em operações financeiras. Um choque de VaR é, essencialmente, um salto na perda máxima que um investimento pode trazer ao longo de um período.
As mesas de operações alocam recursos de acordo com as faixas históricas em que um ativo é negociado há alguns anos. Mas, se os preços caírem tão rapidamente como nesta semana, investidores serão forçados a desfazer suas posições para evitar perdas maiores.
“Este é o mais perto que podemos chegar de um mercado com preços deprimidos (abaixo do valor justo)”, disse.
Embora normalmente esses movimentos tenham impacto sobre outras classes de ativos, como moedas e ações, operadores disseram que as oscilações relativamente contidas na dívida de longo prazo têm amortecido a liquidação em outros mercados. (com Reuters)
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