Insumos agrícolas para as lavouras dobram de preço em 2021 e já impactam os custos de 2022

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A escalada de preços dos insumos foi a principal responsável pelo aumento dos custos de produção da agropecuária em 2021, após o valor de alguns fertilizantes e defensivos acumular altas que superam 100% no ano até setembro, indicando também despesas mais altas para 2022, disse nesta quinta-feira a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Entre os adubos, os preços da ureia, do fosfato monoamônico (MAP) e do cloreto de potássio (KCL) subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente. Já entre os agroquímicos, o glifosato lidera com avanço de 126,8%, informou a CNA com base em resultados do projeto Campo Futuro.

“O fertilizante, por exemplo, subiu mais de 100% de janeiro a setembro deste ano, em razão da alta demanda, escassez da oferta mundial, elevação dos preços internacionais e problemas logísticos”, explicou a confederação em nota, ressaltando que o viés altista deve perdurar até 2022, influenciando as margens do setor agrícola.

No caso dos defensivos, a alta foi influenciada principalmente pela interrupção da operação de indústrias fabricantes do insumo na China e problemas com o fornecimento de matéria-prima.

“Segundo relato dos produtores, houve falta do produto em algumas regiões, trazendo preocupações que vão além da elevação do custo.”

O principal indicador analisado no projeto Campo Futuro foi o Custo Operacional Efetivo (COE), que inclui itens como insumos (fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operações mecânicas, comercialização agrícola, entre outros.

Além dos insumos, a CNA destacou que o clima também afetou algumas atividades agropecuárias, citando os impactos de estiagens ocorridas no segundo semestre de 2020 e início de 2021.

Na cafeicultura, por exemplo, o Custo Operacional Efetivo do tipo arábica teve aumento de 15% em relação ao levantamento realizado em 2020. Já o COE do conilon subiu 31,3%.

“O fertilizante foi o item que mais impactou no bolso do produtor, sendo 20,8% para o arábica e 34,2% para o conilon na média das regiões”, disse a análise.

Em contrapartida, houve aumento de receita (preço de comercialização do produto no período versus produção) de 54% do café arábica e 35,4% do café conilon. Segundo a CNA, a valorização das cotações do grão foi resultado da menor oferta mundial e problemas logísticos para escoamento da safra em países produtores, como o Brasil.

Para 2022, a expectativa da confederação é de aumento ainda mais significativo nos custos com fertilizantes, podendo impactar negativamente na margem dos cafeicultores.

O projeto Campo Futuro é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar, em parceria com o Cepea/Esalq, a Labor Rural da Univeridade Federal de Viçosa, o Pecege da Esalq/USP e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras.

Em 2021, foram realizados pelo programa 127 painéis virtuais de levantamento de custos de 24 atividades produtivas.

 

 

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