Acredito que você já tenha se deparado com a sigla DEI, que deriva de diversidade, equidade e inclusão. Toda e qualquer organização que deseja construir e manter a reputação diante de colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros de negócio, não podem mais ignorar essas iniciativas. Isso, enquanto desfrutam de mais capacidade para resolver problemas, tomar decisões e inovar.
Fazer com que esse conceito seja incorporado ao dia a dia da organização não é uma tarefa simples. Mas, além de necessária, é algo que, quando bem orquestrado, tende a se integrar à cultura de uma maneira bastante natural. O que não dá é para ficar de fora desse movimento.
O que os profissionais esperam encontrar em uma organização que pratica DEI
Na hora de implementar ações de diversidade, equidade e inclusão, ainda vejo algumas organizações um pouco perdidas sobre as direções a serem seguidas. Acredito que os caminhos começam a ficar mais claros quando as empresas se guiam por iniciativas que ajudem todo e qualquer profissional a sentir que tem:
Segurança e apoio para ser quem é;
Tratamento de forma justa, com acesso a iguais oportunidades para evoluir na empresa;
Reconhecimento e valorização, independentemente de sua origem, gênero, orientação sexual, etnia, deficiências ou nível hierárquico;
Oportunidade de ter sua opinião ouvida e avaliada com sinceridade.
Cinco benefícios da diversidade, equidade e inclusão
Já ouviu ou usou aquela expressão “juntos somos mais fortes”? Pois bem. Ela não é apenas slogan para convencer pessoas. Na colaboração existe realmente um poder transformador de elevar carreiras, projetos e organizações a um nível de destaque. Mas, para oferecer mais do que sua mão de obra e inteligência, as pessoas precisam realmente se sentir parte do todo.
Os dados do Guia Salarial 2022 mostram que as práticas de diversidade, equidade e inclusão impactam prioritariamente em melhor produtividade, na percepção de 41% dos entrevistados. Mas, quando bem desenvolvidas, as iniciativas também têm potencial para impactar positivamente na cultura da empresa (38%), atrair e reter talentos (37%), tornar o ambiente mais criativo e inovador (34%) e atrair investidores (30%).
O conceito na prática
Cada organização é um universo e, por isso, implementa ações com base em desejos, necessidades e expectativas particulares. Mas acredito ser importante compartilhar com vocês algumas iniciativas de DEI interessantes que temos visto no contato com empresas de diferentes portes e setores. São elas:
promoção de palestras, comitês, grupos de discussão e treinamentos sobre o tema para a equipe interna;
treinamento para apoiar o desenvolvimento da carreira dos grupos sub-representados;
seleção com base em currículos que ocultam informações que podem gerar discriminação;
investimento em tecnologias que evitam vieses discriminatórios na contratação;
adaptação dos anúncios de emprego para atrair talentos mais diversos;
apoio a programas e organizações que apoiam o tema DEI.
A importância do recrutamento nesse processo
Os dados do Guia Salarial 2022 mostram que 90% das empresas entrevistadas já fizeram alguma mudança em seu processo de recrutamento e seleção para garantir mais diversidade e inclusão nas contratações. Aqui na Robert Half, nossa equipe de headhunters tem sentido esse movimento positivo e se mantém incansável no trabalho de orientar os empregadores mais resistentes sobre a importância e as vantagens de ter um ambiente com diversidade, equidade e inclusão.
Apesar das poucas resistências que ainda encontramos, acredito, de verdade, que é uma questão de tempo para que essa cultura seja internalizada de maneira genuína por grande parte das organizações. Vejo, por exemplo, empresas do agronegócio, historicamente tidas como conservadoras e prioritariamente masculinas, se abrindo para ter um grupo de candidatos cada vez mais diversos. De qualquer forma, na busca pelos melhores candidatos, seja para os clientes ou para integrar a nossa equipe interna, sempre nos preocupamos em ampliar a comunicação da oportunidade para atingir os públicos mais diversos.
O discurso da minha porta para dentro
O compromisso da Robert Half com o ser humano é antigo. Ele começou na década de 1960, quando nosso fundador, Bob Half, testemunhou perante o Congresso contra práticas discriminatórias de contratação, que eram comuns na época. Hoje, temos uma política global que formaliza o nosso compromisso com os direitos humanos, além de uma cultura que estimula a inclusão, a diversidade, a equidade e o apoio a ações filantrópicas.
Entendo que diversidade, equidade e inclusão são questões que devem nortear diversas ações dentro e ao redor de uma organização. Mas também é uma iniciativa que deve partir de cada um de nós, como profissionais e cidadãos, auditando ações, reações, pensamentos, percepções e sentimentos que temos uns com os outros, na nossa vida e no nosso trabalho. Todos têm a ganhar.
Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar.